terça-feira, 25 de junho de 2024

J. R. Lucas contra a igualdade

O filósofo cristão J. R. Lucas foi por muitos anos professor da Universidade de Oxford, apesar de não ter seu trabalho devidamente reconhecido, sem dúvidas foi um dos filósofos mais influentes e originais do século XX, sobretudo pela abrangência de seu trabalho, que engloba filosofia da religião, filosofia do tempo, filosofia política, inteligência artificial, entre outros.

Já antevendo a polêmica diabólica do século XXI, escreveu um artigo denominado "Against Equality" para criticar a ideia de igualdade absoluta em termos sociais e políticos. Lucas basicamente argumenta que a igualdade como um princípio absoluto é impraticável e indesejável. Na verdade, ele afirma que um dos deuses modernos é esta tal de "igualdade", que "todos" querem, mas ninguém é capaz de dizer o que isso significa na realidade. Eis aqui alguns pontos principais de sua argumentação.

Lucas acredita que os seres humanos são inerentemente diversos em habilidades, talentos e interesses. Tentar impor uma igualdade absoluta ignoraria essa diversidade natural e poderia levar a injustiças ao tratar desigualmente os desiguais. Ele defende que reconhecer diferenças em mérito e desempenho é crucial para a motivação e o progresso. Uma sociedade que ignora essas diferenças pode desincentivar o esforço e a inovação, resultando em mediocridade generalizada. 

Lucas faz uma distinção entre igualdade e equidade. Ele argumenta que a verdadeira justiça não significa tratar todos igualmente, mas sim tratar as pessoas de acordo com suas necessidades e contribuições. A equidade leva em consideração as circunstâncias individuais e visa resultados justos, ao invés de uma igualdade rígida. Ele também aponta que a busca pela igualdade absoluta pode entrar em conflito com a liberdade individual. Restringir a liberdade para forçar a igualdade pode levar a uma sociedade autoritária, onde o controle centralizado suprime as diferenças individuais e a liberdade de escolha.

Além de questões morais e filosóficas, Lucas questiona a viabilidade prática de alcançar a igualdade absoluta. Ele argumenta que os esforços para nivelar a sociedade podem resultar em burocracia excessiva e ineficiência, sem alcançar os objetivos desejados.

No geral, Lucas não se opõe à igualdade de oportunidades ou ao tratamento justo, mas critica a ideia de que todos os resultados devem ser iguais, independentemente das circunstâncias individuais. Ele acredita que uma abordagem mais equilibrada, que reconheça e acomode as diferenças individuais, é mais desejável e justa.

Já em outro artigo, com o nome de "Vive la Différence", J. R. Lucas explora a importância e o valor das diferenças entre os seres humanos, tanto em termos individuais quanto entre os sexos. Ele argumenta que essas diferenças são fundamentais para a riqueza da experiência humana e para o funcionamento harmonioso da sociedade. 

De acordo com Lucas, homens e mulheres possuem diferenças biológicas e psicológicas que influenciam suas experiências e comportamentos. Ele argumenta que reconhecer e valorizar essas diferenças é essencial para entender a natureza humana e para construir uma sociedade que respeite as contribuições de todos. Em vez de ver as diferenças como fonte de desigualdade, Lucas as vê como complementares. Ele sugere que as qualidades e habilidades distintas de homens e mulheres podem se complementar mutuamente, criando uma dinâmica social e familiar mais rica e equilibrada. 

Lucas defende que as diferenças são fundamentais para a identidade individual. Negar ou minimizar essas diferenças pode levar à perda de autenticidade e à homogeneização da sociedade, o que empobrece a experiência humana. Similar ao que discute em "Against Equality", Lucas critica o igualitarismo radical que tenta eliminar todas as diferenças. Ele argumenta que tal abordagem ignora a complexidade da natureza humana e pode resultar em injustiças e repressão. Lucas enfatiza a importância de celebrar e valorizar as diferenças em vez de tentar eliminá-las. Ele acredita que uma sociedade verdadeiramente justa e humana reconhece e honra as variações entre indivíduos e grupos. 

Lucas também aborda a questão dos papéis sociais e como estes podem ser influenciados pelas diferenças sexuais. Ele sugere que, embora seja importante lutar contra estereótipos prejudiciais e discriminação, também é necessário reconhecer que algumas diferenças podem naturalmente levar a diferentes inclinações e escolhas de vida.

No geral, "Vive la Différence" é uma defesa das diferenças naturais entre os seres humanos e um apelo para que estas sejam reconhecidas e valorizadas em vez de suprimidas. Lucas argumenta que uma sociedade saudável e justa é aquela que celebra a diversidade e permite que todos os indivíduos contribuam de acordo com suas capacidades e inclinações únicas.

O resumo da ópera é que ele argumenta o que quase todo mundo já sabe, mas poucos lucram. Embora ele utilize de distintas referências, e uma condição intelectual mais privilegiada, supremacista e... Ops.