quinta-feira, 25 de julho de 2024

Big Bang

Em nenhum argumento teísta para a existência de Deus o "Big Bang" se dá como premissa para que o argumento funcione. Na verdade, ele se dá como mera consequência dedutiva de certas premissas anteriores. O ateu contemporâneo faz de tudo para evitar a teoria do Big Bang, pois esta, segundo os próprios ateus, corrobora para o início cósmico a partir do nada e, consequentemente, uma causa. O esforço do ateu está para "inventar" uma nova teoria que possa suprimir a necessidade do início do universo, embora quase todos admitem que a teoria mais convincente seja o próprio Big Bang. Mas, para meia duzia de "teólogos", o Big Bang deve ser refutado.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Tesouro sem valor?

Suponha que você está caminhando por algum terreno qualquer até o momento que você acha algo que parece ser um tesouro ali escondido. Para sua boa sorte, o terreno está à venda na Olx e você crê que possui uma quantidade de bugigangas equivalente ao preço do terreno – que possui um preço justo, diferentemente dos quais temos testemunhado nos dias atuais. Sua inferência mais provável certamente seria "vou vender minhas bugigangas e talvez sacar meu FGTS para comprar o terreno sem parcelas". E é isso o que você faz. Embora isso possa parecer mais um caso Gettier, meu foco aqui é o tesouro em si, sua relevância para você adquirir o terreno no qual ele subjaz.

Pronto, finalmente o terreno e, consequentemente, o tesouro, são seus. O que você faz agora? Você começa a escavar (se é que o tesouro está coberto por terra), a investigar qual a utilidade de toda essa riqueza. Você acha aparelhos ultra tecnológicos que são capazes de fazer um cego ver. Outros que são capazes de fazer um paralítico andar. Ainda outro que multiplica pães e peixes. Para sua surpresa, há uma máquina com engenharia perfeita o suficiente para transformar um coração de pedra em um coração de carne. Dá ainda, entre todos os outros aparatos que lhe é cognoscível, algo mais claro e real do que a aquilo que você jamais experimentou; algo capaz de fazer você perceber quem você realmente era antes de achar o tesouro. Para sua surpresa, você estava morto pois descobre que o próprio tesouro é idêntico em essência a Vida. Logo, você adquire a crença de que quem não possui esse tesouro, está realmente morto e isso na verdade implica uma morte espiritual como um zumbi que está em movimento mas não possui qualquer motivação aprazível, que realize um bem devido.

Agora imagine que em vez de utilizar todos esses aparelhos ultra tecnológicos você, ao "comprar" o terreno, o cerca de muros altíssimos ou enterra o tesouro talvez por ter visto apenas a "ponta do iceberg", ou ainda por não ter ficado claro que a proximidade do tesouro lhe garante a Vida, pois como foi escrito acima, o tesouro é a própria Vida. Não seria desprezível alguém que, tendo tamanho tesouro como sua propriedade, sai para brincar com pedras inanimadas, galhos, ou ainda folhas secas que subjazem sobre o mesmo terreno?

Ora, é tolice comprar um Meade LX850 unicamente para usar a embalagem para guardar tralhas; ou ainda comprar uma esteira para usar de cabide. Dá mesmo forma é uma tolice notável "achar" um tesouro, e não o utilizar em favor próprio e/ou favor de outros.

terça-feira, 25 de junho de 2024

J. R. Lucas contra a igualdade

O filósofo cristão J. R. Lucas foi por muitos anos professor da Universidade de Oxford, apesar de não ter seu trabalho devidamente reconhecido, sem dúvidas foi um dos filósofos mais influentes e originais do século XX, sobretudo pela abrangência de seu trabalho, que engloba filosofia da religião, filosofia do tempo, filosofia política, inteligência artificial, entre outros.

Já antevendo a polêmica diabólica do século XXI, escreveu um artigo denominado "Against Equality" para criticar a ideia de igualdade absoluta em termos sociais e políticos. Lucas basicamente argumenta que a igualdade como um princípio absoluto é impraticável e indesejável. Na verdade, ele afirma que um dos deuses modernos é esta tal de "igualdade", que "todos" querem, mas ninguém é capaz de dizer o que isso significa na realidade. Eis aqui alguns pontos principais de sua argumentação.

Lucas acredita que os seres humanos são inerentemente diversos em habilidades, talentos e interesses. Tentar impor uma igualdade absoluta ignoraria essa diversidade natural e poderia levar a injustiças ao tratar desigualmente os desiguais. Ele defende que reconhecer diferenças em mérito e desempenho é crucial para a motivação e o progresso. Uma sociedade que ignora essas diferenças pode desincentivar o esforço e a inovação, resultando em mediocridade generalizada. 

Lucas faz uma distinção entre igualdade e equidade. Ele argumenta que a verdadeira justiça não significa tratar todos igualmente, mas sim tratar as pessoas de acordo com suas necessidades e contribuições. A equidade leva em consideração as circunstâncias individuais e visa resultados justos, ao invés de uma igualdade rígida. Ele também aponta que a busca pela igualdade absoluta pode entrar em conflito com a liberdade individual. Restringir a liberdade para forçar a igualdade pode levar a uma sociedade autoritária, onde o controle centralizado suprime as diferenças individuais e a liberdade de escolha.

Além de questões morais e filosóficas, Lucas questiona a viabilidade prática de alcançar a igualdade absoluta. Ele argumenta que os esforços para nivelar a sociedade podem resultar em burocracia excessiva e ineficiência, sem alcançar os objetivos desejados.

No geral, Lucas não se opõe à igualdade de oportunidades ou ao tratamento justo, mas critica a ideia de que todos os resultados devem ser iguais, independentemente das circunstâncias individuais. Ele acredita que uma abordagem mais equilibrada, que reconheça e acomode as diferenças individuais, é mais desejável e justa.

Já em outro artigo, com o nome de "Vive la Différence", J. R. Lucas explora a importância e o valor das diferenças entre os seres humanos, tanto em termos individuais quanto entre os sexos. Ele argumenta que essas diferenças são fundamentais para a riqueza da experiência humana e para o funcionamento harmonioso da sociedade. 

De acordo com Lucas, homens e mulheres possuem diferenças biológicas e psicológicas que influenciam suas experiências e comportamentos. Ele argumenta que reconhecer e valorizar essas diferenças é essencial para entender a natureza humana e para construir uma sociedade que respeite as contribuições de todos. Em vez de ver as diferenças como fonte de desigualdade, Lucas as vê como complementares. Ele sugere que as qualidades e habilidades distintas de homens e mulheres podem se complementar mutuamente, criando uma dinâmica social e familiar mais rica e equilibrada. 

Lucas defende que as diferenças são fundamentais para a identidade individual. Negar ou minimizar essas diferenças pode levar à perda de autenticidade e à homogeneização da sociedade, o que empobrece a experiência humana. Similar ao que discute em "Against Equality", Lucas critica o igualitarismo radical que tenta eliminar todas as diferenças. Ele argumenta que tal abordagem ignora a complexidade da natureza humana e pode resultar em injustiças e repressão. Lucas enfatiza a importância de celebrar e valorizar as diferenças em vez de tentar eliminá-las. Ele acredita que uma sociedade verdadeiramente justa e humana reconhece e honra as variações entre indivíduos e grupos. 

Lucas também aborda a questão dos papéis sociais e como estes podem ser influenciados pelas diferenças sexuais. Ele sugere que, embora seja importante lutar contra estereótipos prejudiciais e discriminação, também é necessário reconhecer que algumas diferenças podem naturalmente levar a diferentes inclinações e escolhas de vida.

No geral, "Vive la Différence" é uma defesa das diferenças naturais entre os seres humanos e um apelo para que estas sejam reconhecidas e valorizadas em vez de suprimidas. Lucas argumenta que uma sociedade saudável e justa é aquela que celebra a diversidade e permite que todos os indivíduos contribuam de acordo com suas capacidades e inclinações únicas.

O resumo da ópera é que ele argumenta o que quase todo mundo já sabe, mas poucos lucram. Embora ele utilize de distintas referências, e uma condição intelectual mais privilegiada, supremacista e... Ops.