quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Alguns problemas no "filosofar"

Uma vez eu li que na filosofia existem dois problemas comuns ao tentar propor alguma "nova" teoria filosófica. O primeiro é correr o risco de estar "reinventando a roda", no sentido de que há o perigo de tentar propor algo que já foi proposto anteriormente sem nenhuma adição relevante ao debate. O segundo problema comum é tentar "arrombar uma porta que já está aberta", que é quando alguém faz um esforço enorme para tentar resolver um problema que já foi solucionado.

É verdade que existem muitos pensamentos valiosos e praticamente intocados em autoridades filosóficas do passado e que há também alguns buracos a serem tampados nesses pensamentos. É também verdade que muitos desses buracos já foram fechados e solucionados por autores modernos. Assim como há autores modernos que criticam certos tipos de pensamentos antigos e, mesmo parecendo absurdo, alguns pensadores antigos "abriram portas" que pensadores modernos criam estar "fechadas" e tentaram com bastante esforço "arrombar".

Eu acredito que seria necessário fazer estudos sobre autoridades filosóficas do passado antes de tentar sair criticando tudo e correr o perigo de incorrer em uma "falácia do espantalho" (i.e. quando alguém muda, consciente ou inconscientemente, o argumento original para então propor uma "nova resolução" ou abandonar a tese) e arruinar com a teoria toda. Assim como também é relevante saber o que se passa no debate contemporâneo sobre os mesmos tópicos, para evitar ficar endossando teorias das quais foram apontadas algumas falhas fatais e praticamente abandonada hoje em dia. O problema pode então ser a vasta extensão de textos sobre um determinado assunto.

Me parece que quando cavamos profundamente, em alguns casos, conseguimos encontrar uma base sólida para sustentar algum argumento, mas nem sempre esse argumento é aceito por todos, ainda que seja perfeitamente racional. Mas ainda assim continua sendo necessário aprofundar-se no tema desejado.

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